Ela me apareceu em sonho com a barba por fazer.
Ele teorizava.
Ela escancarava em insinuações.
Eu suplicava que ao menos cobrisse parte do corpo - o almoço estava quase pronto, podiam bater à porta.
Ela achava meu medo engraçado.
Ele, muito satisfeito e dono de si. Ambos fingiam não ser tudo ideia dela.
Acordei atordoada, com o gozo entalado na garganta.
31 de outubro de 2009
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2 comentários:
Ai, ai...
Os sonhos são assim, reveladores de nossas ambiguidades. Quanto nos tem custado nossas identidades, heim? Mas sem identidades, também...Durma com um barulho desses! (rs)
A Clarice Lispector dizia que quando não conseguia se lembrar do que havia sonhado sentia como se estivesse perdendo metade da sua vida.
Suponho que, como eu, ela dormia muito. Devia vir desse momento, como você bem observou revelador de nossas identidades - ainda que pelas vias mais tortas - grande parte da inspiração pra seus escritos instigantes.
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