O momento de salvar esses papéis que vou deixando ao vento nessa máquina velha (estamos no início do século XXI; o note tem três anos; já era) é sempre embaraçador. Não estranha que os títulos desses documentos sejam os mais estúpidos, e raramente tenham algo que ver com seus conteúdos. Ou com qualquer coisa que seja.
Aliás, eles próprios são sobre o nada. Sobre o nada que leva ao des.espero de escrever – veja-se o caso dos “Devaneios monográficos”, obra-prima da “verborragia e da autoconversação como estratégia de sobrevivência” (pouquíssimos abnegados-amigos tiveram o desprivilégio de conhecer).
Daí o título que ficou nesse por inspiração do próprio e obsoleto Bill Gates ser mais que apropriado.
Salvação.
Pra quê? Pro espírito? Pro corpo? – de cara pra essas duas fotos que encabeçam minha escrivaninha na casa dos meus pais, de fato me encorajo a pedir socorro. Mas a facilidade com que os dedos deslizam por essas teclas sussurra uma ideia: e se a “solução” que a família reunida buscava no brainstorm do café da manhã de Carnaval for mais simples que cosmética?
Mais amiga da vontade e da impulsividade que ela quer combater que da tal “perseverança”?
Escrevamos, diz o dandi Tavares. Pois bem! Dancemos balé com o teclado, sem preocupação com a lógica, mais Cisne Negro sedutor que patinho feio frígido, já que o Oscar esteve aí por esses dias.
Ou por nada, não tenho que justificar a escolha dos meus movimentos. Só estou rodando sozinha na sala da minha casa, numa manhã de chuva, sem nada melhor pra fazer. Sentindo a vida subir do chão e se espalhar pelo mundo pela ponta dos meus dedos.
Como a minha mãe quando ouve Jimmy Cliff e fica toda eriçada. Sunshine Day.
Alonguemos.
7 de março de 2011
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