Qual seria o gosto de seu único beijo?
Um beijo às escondidas, do qual nem nós mesmos teríamos notícias.
A vida continuaria como sempre foi: a sua, como um dominó cujas peças vão caindo em sincronia perfeita, ao som da firmeza irritante de seu caráter; a minha, com a mesma “flexibilidade” leviana da qual finjo me orgulhar, porque me diferencia de xiitas como você.
Com esse beijo, que seria como se não tivesse sido, não precisaríamos mais nos desprezar, e nos libertaríamos do constrangimento de sentir o coração parar em rápidos olhares que nos prometem o Jardim do Édem.
Não sou mais a menina de saia curta e pernas finas que puxou fitas cor-de-rosa do bolo de 15 anos na esperança de encontrar a aliança escondida no meio do glacê.
Muitas vezes o ar me faltou, e perdi a conta de quantas vezes caí num buraco escuro que pensei que fosse sem fundo.
Mas pra você, e pra ninguém mais, guardaria meu único beijo.
2 de fevereiro de 2010
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3 comentários:
eu guardo muitas coisas no bolso do casaco, apenas para pessoas especiais.
mas nem sempre é bom guardar por muito tempo.
gostei daqui.
beijo.
Então, seja bem vinda e apareça sempre.
Lindo, lindo
Rita Soares
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