10 de setembro de 2009

Medo da luz acesa

Se entregava em sacrifício para provar ao mundo a absoluta falta de sentido do fazer parte
Sentia um misto de tédio e prazer quando, por repetidas vezes, lhe faziam a mesma pergunta desinteressada:
"Por onde você anda?"
Permanecia no oculto
Quando a criança desconfiada vinha à tona, se escondia n'algum canto, olhos por detrás das páginas de um livro
Sozinha, sentia falta de vida
Misturada, sentia saudade da solidão
Era nalgum estágio intermediário que se aceitava, mas não sem luta
Reclamavam que falava pouco
Mal sabiam dos vulcões que aguentava explodirem no peito a cada mudança de cenário

4 comentários:

Nelson Luiz de Oliveira disse...

Grande estreia. Passou naquela peneira do escritor pela inevitabilidade de escrever.

Eis o depoimento de Drummond: "Lutar com palavras / É luta malsã / Lutamos, entanto, / Mal rompe a manhã"

Anônimo disse...

Oiê, que lindo isto aqui, bem a sua carinha. Escrever é o melhor remério para mentes inquietas como a nossa. Sucesso
Rita Soares

Raíssa Abreu disse...

Depois de levar uma bronca de uma amiga atenta, agradeço com atraso os comentários de boas-vindas.

Unknown disse...

Mostra um destemido falar que composto as vezes por elementos assombrosos, retrata o desejo intenso do olheiro, sitetizando um misto de sonhos e pesadelos que traduzem ritmicamente a odsséia humana de estradas internas... Ao que carece de amigos, obras ilustres são figurativamente tremores indeléveis que sublimam n'alma fuguras sublimes...


(O cunhado da melhor amiga)