2 de novembro de 2010

Noite de G.H.

Fomos dormir na expectativa da barata.
Ela entrara em rasante imitando cigarra, pondo a gata em estado de caça e os presentes em estado de pânico.
Nos escondemos na cozinha. Os mais práticos trataram de procurar inseticidas. Os menos práticos se limitaram a lamentar a sorte: barata em casa.
Fugida das garras da gata, que pula alto mas não tem asas, ela se escondeu num dos cantos escuros do apartamento.
E nos deitamos na certeza de que, naquela noite, qualquer sombra, qualquer toque, qualquer arrastar seria barata, nas mil formas e texturas do medo.

Imagem: Cockroach, por shelilahtheguide, do Photobucket.

5 comentários:

dansesurlamerde disse...

eu sou apavorada com barata. bem, eu sou apavorada com um montão de coisas...

beijos.

Raíssa disse...

A barata é a materialização dos meus pesadelos. Levei meses pra me recuperar de "A metamorfose" e quase parei de respirar com a obra da Clarice a que o título do post faz menção...

Anônimo disse...

mas vc é a minha heroína contra as baratas.....

Raíssa disse...

Te revela, Amandita!
bj e saudades.

Nathy Kammer disse...

Baratas.... Asquerosos e intrigantes seres.... "IEHCATH"....